Rebelde e resoluta, Kollontai atirou-se com plena intensidade à vida militante em nome da causa socialista. Trabalhou como educadora voluntária nos arredores da capital russa, escreveu histórias sobre e para a classe trabalhadora, organizou o alistamento de jovens revolucionários no movimento político, e levou a cabo missões ocasionais como o transporte de documentos secretos até que acabou por aderir definitivamente ao partido do movimento socialista internacional. Aí conheceu Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo, Vera Zasulich, Nadezhda Krupskaya e Vladimir Lenin, todos críticos da ala revisionista.
Uma das principais preocupações de Kollontai era o feminismo e o papel das mulheres na luta de classes e no processo revolucionário. Ela também debateu a organização dos trabalhadores como um todo, como podemos ver nos seus textos sobre a oposição operária, e contribuiu grandemente para pensar e debater o amor para além da sua forma social burguesa.
Kollontai 150, o quinto livro conjunto publicado pela Associação Internacional das Editoras de Esquerda, reúne quatro dos textos de Kollontai sobre temas como o papel das mulheres nas lutas sociais, a história e a importância do Dia Internacional da Mulher (8 de Março), e reflexões sobre o amor como relação social. Estes textos são introduzidos por dois ensaios sobre a vida e obra de Kollontai, um escrito por Ândrea Francine Batista e Atiliana da Silva Vicente Brunetto do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) do Brasil e o outro pela historiadora, feminista e activista espanhola Julia Cámara.
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