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Entre o impossível e o necessário: esperança e rebeldia nos trajetos de Mulheres Sem-Terra do Ceará traz retratos de mulheres que não quiseram caber onde as pretenderam pôr e ousaram ir ganhar com os seus uma vida a partir das suas necessidades e dos seus sonhos. Suas histórias representam uma luta contra um esbulho longo, de mais de 500 anos, associado ao formato colonial e à apropriação privada de um bem: a terra.
Com relatos de vida recolhidos entre mulheres do Ceará, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), torna-se legível a relação entre a experiência e a expectativa, a delinear existências que não toleram os limites das correntes, do arame farpado e da propriedade privada do latifúndio, abrindo os trilhos da reforma agrária. É a vez e a voz de mulheres que vivem em vários assentamentos cearenses do sertão, do sul, do litoral norte, e numa comuna da cidade de Fortaleza.
Elas nos ensinam um modo diferenciado de organizar a produção, a distribuição da riqueza, a sociedade e o mundo. Ao individualismo respondem com formatos associativos e comunitários, à concorrência opõem a cooperação, à acumulação preferem a igualdade, ao agronegócio contrapõem a agroecologia. Não é de derrotas que aqui se parte, mas do sabor de vitórias, que podem ser relativas, contingentes, como todas, mas que mudam as vidas. Os triunfos nem sempre são retumbantes. Porém, mesmo quando limitados, no tempo ou no espaço, inauguram caminhos. As subalternas, que aqui contam suas histórias, cortam correntes e arame farpado, inauguram rumos, e demostram que o impossível pode estar no campo das possibilidades. O desespero é vivido a solo, mas a indignação junta quem está isolado, dilatando a expectativa.
TRECHO DO LIVRO
“As mulheres falam dos trilhos que percorreram em comum, a procura de um tempo mais justo, em que demonstraram ser capazes ‘do salto para o assalto’, seja a cortar as correntes e a penetrar na propriedade privada como quem entra na terra prometida, seja a matar um boi para calar a fome generalizada da vizinhança, ou a lutar por condições higiênicas e sanitárias, quando novas crianças saltam para dentro da vida (em paráfrase de João Cabral de Melo Neto), seja a distribuir apitos para se interprotegerem contra a violência patriarcal – em suma, a inventar soluções para os problemas que vão surgindo”.
Peso | 391 g |
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Dimensões | 16 × 23 cm |
Autor | Adelaide Gonçalves, Maria de Lourdes Vicente da Silva, Paula Godinho |
Páginas | |
Ano Publicação | 2020 |
Coleção | |
ISBN |
Editora Expressão Popular LTDA Alameda Nothmann, 806 – São Paulo
CNPJ: 03.048.166.0001-76
I.E.: 115.264.278.112
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