A biografia de Manoel Bomfim vem completar uma importante lacuna no campo da reflexão sobre a questão do racismo na sociedade brasileira: como friza o autor, apesar da enorme contribuição do pensamento de Nina Rodrigues, Euclides da Cunha, Rui Barbosa e Oliveira Vianna, é preciso manter viva outra parte desta herança, ‘aquela que coloca o povo e não a elite como centro da reflexão’. Por defender o povo, a educação popular e a democracia radical em pleno início do período republicano, Manoel Bomfim ficou ‘esquecido’ por mais de meio século, quando seu pensamento é revisto nos anos 1990. Este livro transita do contexto histórico à reprodução de seus escritos, para uma análise breve porém consistente de seu papel à época, do confronto com as idéias dos pioneiros e das razões de seu esquecimento.