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Neste livro, Octavio Ianni faz uma análise da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) em seus aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais. Destaca-se a compreensão de que o golpe de Estado de 1964 e a ditadura instaurada a partir dele servia aos interesses da burguesia financeira internacional, utilizando o aparelho de Estado como forma de consolidação de uma nova fase de acumulação do capital, monopolista, no Brasil.
Nesse sentido, os governos militares agiam no plano econômico obedecendo aos mandos e desmandos do capital internacional, que tornava as condições de vida do povo cada vez piores, e continham a efervescência e revolta social com um robusto aparato repressivo com o intuito de anular a ação dos operários e camponeses. Outro aspecto que se destaca na economia política da ditadura é a política de expansão da fronteira agrícola – principalmente na Amazônia e no Centro-Oeste – e o entreguismo dos bens naturais para o capital internacional.
Ianni também analisa as contradições internas à própria ditadura que a desgastaram e também as formas de resistência popular que ganhava força, é bom recordar que o livro foi escrito em 1981, ainda sob a ditadura.
Este livro nos ajuda a compreender como o Estado brasileiro é utilizado pelas classes dominantes nacionais e internacionais para alavancar a acumulação de capital e manter a dependência com relação aos países imperialistas. Além disso, ele também contribui para compreendermos como as necessidades de transformação do capital se relacionam com as formas políticas das classes dominantes, algo bastante atual.
Trecho do livro:
“A ditadura realizou largamente a articulação do aparelho estatal com a grande burguesia financeira, sem que essa precisasse necessariamente fazer-se presente no exercício do governo. Sem que a grande burguesia financeira, nacional e estrangeira, precisasse assumir o governo do aparelho estatal, esse foi levado a agir, cada vez mais, segundo as exigências do desenvolvimento do capital financeiro e monopolista. Sob vários aspectos, os desenvolvimentos do planejamento e da violência estatais, como técnicas econômicas e políticas, como forças produtivas, são, ao mesmo tempo, condição e produto dos desenvolvimentos do capital financeiro. Em escala ampla, e sob forte proteção econômica e política do Estado, os vários grandes capitais particulares, setoriais, articulam-se sob o mando da alta finança, da grande burguesia financeira. Os capitais industrial, bancário e comercial, largamente protegidos e impulsionados pelo poder estatal, desenvolvem e constituem a força e os movimentos do capital financeiro.“Octavio Ianni (Itu, SP, 13 de outubro de 1926- 4 de abril de 2004, São Paulo) – Um dos principais intérpretes da sociedade brasileira, graduou-se em ciências sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, e foi assistente de Florestan Fernandes na cadeira de Sociologia I. Aposentado pelo AI-5, retornou à docência na Unicamp e somou-se ao grupo de sociólogos paulistas que estudaram o preconceito racial, a relação entre a ditadura e a dependência econômica e os meios de superação da desigualdade social na América Latina.
Peso | 396 g |
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Dimensões | 14 × 21 cm |
Autor | |
Páginas | |
Ano Publicação | 2019 |
Coleção | |
ISBN |
Octavio Ianni (Itu, SP, 13 de outubro de 1926- 4 de abril de 2004, São Paulo) – Um dos principais intérpretes da sociedade brasileira, graduou-se em ciências sociais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, e foi assistente de Florestan Fernandes na cadeira de Sociologia I. Aposentado pelo AI-5, retornou à docência na Unicamp e somou-se ao grupo de sociólogos paulistas que estudaram o preconceito racial, a relação entre a ditadura e a dependência econômica e os meios de superação da desigualdade social na América Latina.
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