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Apoiado em vasta documentação e percorrendo um lapso de tempo que vai das primeiras manifestações dos colonos das fazendas de café, no início do século XX, até as lutas dos trabalhadores das fazendas de cana por melhores condições de trabalho que antecedem o golpe militar de 1964, o estudo de Clifford Welch traça um amplo panorama das transformações nas condições de vida dos trabalhadores dos cafezais e canaviais paulistas, bem como das suas formas de organização e representação. Utilizando-se de material de imprensa da época, de documentos produzidos pelas entidades patronais e de entrevistas com algumas lideranças que atuaram intensamente nos anos 1950/1960, o texto traz à luz informações detalhadas sobre a ação do Partido Comunista Brasileiro e da Igreja Católica no meio rural paulista, sobre o cotidiano dos militantes que buscavam conquistar a simpatia e o apoio dos trabalhadores do campo para suas causas, sobre greves e ações judiciais por eles encaminhadas. O livro oferece ao leitor um panorama das diferentes posições presentes no debate político da época, dialogando com as disputas que ocorriam no campo político partidário tanto no Estado de São Paulo como no Brasil, procurando mostrar como nelas ganham peso temas relacionados aos direitos trabalhistas e à reforma agrária. Sem dúvida, trata-se de uma importante contribuição para o resgate das lutas sociais no meio rural paulista e para uma melhor compreensão dos processos políticos subjacentes ao aparecimento do campesinato como ator político relevante no período que antecedeu o golpe militar de 1964. Não é comum que um livro mude drasticamente nossa compreensão do passado recente. Entretanto, A semente foi plantada destrói para sempre as noções consagradas na historiografia da “idiotia da vida rural” no Brasil do século XX, e torna acessível aos leitores o mundo esquecido da militância de trabalhadores rurais, sobretudo no Estado de São Paulo durante o chamado “período populista”, entre 1945 e 1964. Baseado numa pesquisa ampla e original, Clifford Welch constrói uma narrativa dramática das lutas pelas quais esses trabalhadores se tornaram os sujeitos da sua própria história. Impressiona especialmente a maneira sensível e crítica com que o autor utiliza entrevistas conduzidas com participantes nos acontecimentos para iluminar os aspectos subjetivos da sua militância, assim como as razões da força (e das limitações) dos seus movimentos. Além disso, a análise penetra nas sombras da história política ao esclarecer as alianças complexas dos atores principais e o significado das mudanças econômicas em curso. Este livro não apenas corrige a nossa compreensão de um período ainda contestado, repondo em seu devido lugar um dos participantes-chave – os camponeses – nas lutas políticas que antecedem o golpe de 1964, mas também acrescenta elementos importantes para analisar o controvertido papel do PCB nos acontecimentos daqueles anos turbulentos. E mostra de uma maneira especialmente convincente como a própria lei, longe de ser uma simples manipulação pelos dominantes, virou um campo de lutas intensas com consequências que perduraram durante décadas. Em suma, em A semente foi plantada, os trabalhadores rurais encontraram um historiador à altura da grandeza e da dramaticidade das suas experiências e das suas vidas. Michael Hall – Departamento de História, UNICAMP
Peso | 753 g |
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Dimensões | 2,4 cm |
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